A diferença entre internet e procrastinação

Esses dias, um tal Paul Miller, que esteve offline por um ano, voltou a ligar o modem. Ele disse que se desconectou pensando em se tornar alguém melhor, em viver a vida de verdade, em deixar de ser tão preguiçoso. Parece que, no começo, o seu plano esteve dando certo, pois até comentou temer que talvez nem quisesse voltar para a internet quando a hora chegasse. Meses depois, ele estava numa situação bem deprimente, passando dias inteiros no sofá jogando videogame, sem conseguir fazer mais nada fora ou dentro de casa.

A situação dele não é diferente da minha; mesmo quando eu não estou no computador, acabo arranjando outros meios de não fazer o que preciso por motivo nenhum!! Até inventei um nome para esse problema: procrastinação compulsiva. Não é aquela que todo mundo pratica pelo menos uma vez na vida, tentando adiar o sofrimento de terminar um trabalho ou alguma situação difícil de enfrentar; é uma que a pessoa deixa tudo para depois, até aquilo que ela gosta, simplesmente porque não consegue forças para fazer. Um vício horroroso, do qual eu quero me livrar.



Achava que tinha isso por causa da internet, mas depois de ler o relato do Paul percebi que é uma falha na personalidade mesmo. Com ferramentas tão viciantes como o tumblr, o computador apenas ajuda a intensificar a mania preguiçosa, e passa a impressão de que você não está sozinho nessa. Porém, sem ele, um procrastinador compulsivo continua no que ele faz de melhor. Paul, por exemplo, ficou tão sozinho nos últimos meses porque, sem internet, não havia conexão com ninguém durante os momentos de fazer nada. Eu não leio o tanto quanto gostaria porque prefiro 'deixar para depois', evito sair porque 'vou atrapalhar os outros'; não faço um monte de coisas porque 'quero esperar a hora certa'.

Minhas tentativas de impor a mim mesma uma rotina tem sido frustradas e bem-sucedidas ao mesmo tempo.  Às vezes, mesmo com o tumblr e o twitter abertos, faço tudo direitinho; em outras, passo o dia inteiro offline sem conseguir terminar ou começar. De fato, deve demorar MUITO até que eu aprenda a deixar essa mania de lado, mas é impossível não pensar todos os dias no fracasso que eu sou.




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