Andei assistindo: Millenium - Os homens que não amavam as mulheres


É uma pena que Steig Larsson não esteja entre nós para contemplar o sucesso que a sua trilogia está fazendo. Além de seus livros terem se tornado best-sellers internacionais, estes estão ganhando, cada um, duas adaptações cinematográficas em menos de 5 anos. Isso é algo realmente impressionante.

Bom, a versão sueca de “Os homens que não amavam as mulheres” me decepcionou terrivelmente.  A história empolgante que eu li tinha se transformado num filminho policial qualquer.  A Lisbeth interpretada por Noomi Rapace foi a única coisa que me convenceu a assisti-lo até o fim.

Mesmo assim, fiquei inconformada quando soube que teria uma adaptação americana dessa obra de Larsson. Essa mania que os Estados Unidos pegaram de fazer suas próprias versões de histórias famosas estrangeiras me deixa profundamente irritada. Porém, dessa vez a única coisa que eu posso fazer em relação a este filme é bater palmas para David Fincher.


Para quem ainda não conhece a história desse título, ele é basicamente sobre o assassinato de Harriet Vanger, um mistério que não foi solucionado por 40 anos. Desesperado para resolvê-lo, o tio-avô dela resolve contratar Mikael Blomkvist, um jornalista fracassado que tem certo talento em investigações. Este conta com a ajuda de Lisbeth Salander, uma hacker profissional com um estilo e comportamento bem peculiares em relação às pessoas normais.

Enfim, a versão americana ficou excelente, bem empolgante até para quem já sabe a história. Para minha surpresa, ficou muito fiel ao original. As mudanças feitas estavam bem evidentes, mas nenhuma foi à-toa, sempre para deixar tudo melhor adaptado nos 158 minutos de duração. A resolução do mistério, por exemplo, que incomodou muitos por ser um pouco diferente, me agradou muito, não prejudicou nada. E ainda ajudou para encurtar um pouco mais o filme, que acabou ficando um pouquinho longo demais. Achei engraçado que as únicas partes meio cansativas são o começo e o final, exatamente como no livro.


Eu também gostei muito de não terem amenizado a violência, como eu achei que acabariam fazendo. Não, as partes fortes estão lá, bem feitas e sem frescuras. Como eu já tinha visto tudo o que acontecia duas vezes, não fiquei tão desconfortável com elas, já minhas amigas que foram comigo não conheciam a história e se incomodaram bastante com algumas cenas.  Só quando (spoiler?) o gato de Mikael aparece esquartejado que eu me assustei. Argh, eu quase chorei, foi forte demais!! Foi a parte mais triste do filme. E depois a cena final, em que Lisbeth percebe estar apaixonada por Mikael e compra para ele um presente bem caro, só para depois vê-lo com outra nos seus braços. Fiquei mais tocada com isso agora no filme do que no livro.

Ainda prefiro a interpretação de Lisbeth feita por Noomi Rapace, mas Rooney Mara ficou quase tão boa quanto a sueca. E a construção da personagem ficou melhor nessa adaptação. Achei  uma graça vê-la comprando sempre McLanche Feliz. E Mikael também está ótimo, adorei o senso de humor dele. Mas ainda assim achei que ele ficou um pouco de lado em relação à hacker, mesmo que nessa adaptação tenha mostrado mais e melhor seus problemas familiares e financeiros e sua guerra com Wennerström.

A única coisa que eu realmente estranhei foi o fato de tudo continuar situado na Suécia. Achei bizarro, não dava para engolir os personagens escrevendo e falando em inglês se o país não fala essa língua.

Recomendo o filme tanto para quem gostou do livro como para quem não gostou. Eu não só me diverti muito como também voltei a ter vontade de ler o resto da trilogia. Para terminar, deixo aqui uma das melhores aberturas que já vi no cinema, com efeitos bizarros e uma música que não sai mais da minha cabeça:


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