Estive lendo: Diário do Chaves

O seriado "Chaves" foi uma parte bem importante na minha infância, e sei que também foi na de muitos outros. Tinha uns 10 videocassetes lotados de episódios, e assistia quase todos os dias. Teve uma época que meus pais chegaram a esconder as fitas, pois não aguentavam mais ouvir o Chaves recebendo o Seu Barriga com uma pancada ou o Kiko tentando não se misturar com a gentalha. Enfim, esse programa já é há um bom tempo um clássico da televisão, e "Diário do Chaves", escrito pelo próprio Roberto Gómez Bolaños, é uma belíssima homenagem ao personagem.

Esse livro é bem diferente do seriado. Apesar de termos praticamente todos os personagens presentes no mesmo ambiente, é tudo tratado de uma forma mais melancólica e crua. Chaves começa o diário contando um pouco como foi sua vida antes de ir para a vila, e é uma história que até me chocou um pouco, muito triste mesmo. Tudo é diferente demais, o que pode fazer com que alguns nem gostem muito. Mesmo depois que nós vamos para o ambiente que conhecemos,  ainda que (quase) tudo esteja no lugar, é outra coisa. Mas isso é um ponto muito positivo, pois se fosse para ser igual ao programa, era melhor nem ter livro nenhum.

Apesar de toda essa diferença, os personagens não mudaram nada. Parece mesmo o próprio Chaves escrevendo, seu jeitinho meigo e ingênuo dão para o livro um ar tão inocente, tão bonito e tão triste, tudo ao mesmo tempo, que é difícil descrever direito. É o tipo de livro que você ri e chora ao mesmo tempo. Eu chorei, e é difícil me fazer chorar. E no final tem um extra, com umas anotações de Florinda Meza (Dona Florinda na série) sobre a passagem dos atores pelos países em que Chaves fez sucesso, mostrando toda a algazarra que causavam em cada lugar que passavam. Deu uma nostalgia tão grande quando fechei o livro, que logo depois fui para a internet matar as saudades dos meus episódios preferidos.

Defeitos são poucos. Além do livro ser muito pequeno, alguns personagens não tiveram a atenção que eu achei que mereciam, como Dona Florinda e Seu Madruga. Apareceram muito pouco na minha opinião. Bom, em compensação, outros foram muito bem desenvolvidos, como a Chiquinha e o Jaiminho.

Eu queria muito uma continuação, mas devido a própria história, nem seria possível. Enquanto isso, ficamos assistindo o seriado sempre que possível. Incrível como eu não consigo enjoar dele. Mesmo que eu não ache mais graça em algumas piadas de tanto ter visto, ainda assim fico feliz em assistir.



O diário é repleto desses desenhos. Às vezes são meio repetitivos, mas ainda assim são muito fofos.

Comentários

  1. Amei sua resenha... Fiquei com vontade de ler. Nunca me interessei em comprar porque o preço me assustou a primeira vez que vi. Amo Chaves de coração, e sou capaz de assistir todos os episódios e achar graça da mesma maneira. Adoro a ingenuidade das estórias, das situações, dos personagens. Infelizmente, os programas de humor de hoje em dia são carregados de duplo sentido e maldade. Viva o Chaves!

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  2. Alquimia dos romances,
    Sério, o livro estava caro? Quando eu comprei o preço estava até baixo...
    A ingenuidade do programa é uma das suas melhores características. Uma prova de que palavrões e insinuações são completamente desnecessárias para uma boa comédia.
    E viva o Chaves!

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